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Domingo na Avenida Paulista

Um respiro cultural e democrático no coração de São Paulo


A Avenida Paulista, símbolo do dinamismo e da diversidade de São Paulo, se transforma em um verdadeiro palco a céu aberto todos os domingos. Desde que o projeto “Ruas Abertas” foi implementado em 2015, o principal eixo financeiro da cidade se torna um espaço democrático, onde carros dão lugar a pedestres, ciclistas, artistas e famílias que buscam uma alternativa de lazer e cultura. A Paulista aberta representa, para muitos, um respiro em meio ao caos urbano, onde as pessoas podem se reconectar com a cidade e entre sim, conhecer pessoas, sociabilizar.

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Foto: Islânia Lima

 

A diversidade é a marca registrada dos domingos na Paulista, onde existe pessoas de diversos nichos e lugares do Brasil e até do mundo. Povos da África com venda de tecidos afro, artesanatos indígenas, artistas de rua dos diversos cantos deste país.

Ao caminhar por seus 2,8 quilômetros, é possível encontrar uma infinidade de manifestações culturais, que vão desde apresentações musicais e teatrais até exposições de arte e performances de dança. A empresária Janaína Costa, de 36 anos, mora no norteste e sempre que está em compras na grande metrópole consegue dar uma passadinha na Paulista. “Nunca está igual, sempre tem novidades e gente diferente. Acho que isso é que transforma esse lugar tão especial. Aqui não existe rotina e tudo vira um grande passeio público entre famílias, entre os brasileiros”, frisou.

 

Pessoas que homenageiam artistas, outros fantasiados de bichos e animações infantis, grupos de dança e tendas com DJs agitam crianças, adultos e idosos, bem como mágicos, enquanto artistas de rua pintam murais coloridos que transformam o cinza do asfalto em um arco-íris de expressões artísticas. É uma verdadeira vitrine do que São Paulo tem de melhor: sua criatividade e pluralidade.

Além das manifestações artísticas, a Paulista aberta também é um espaço de reivindicação social e política. É comum ver grupos organizados defendendo causas diversas, desde movimentos ambientais até manifestações por direitos humanos e igualdade de gênero.

Essa confluência de vozes torna a avenida um espaço de debate e reflexão, onde o público pode interagir e se engajar com questões relevantes para a sociedade. A mistura de arte e ativismo reforça o papel da Paulista como um termômetro das inquietações e aspirações da metrópole.

 

A gastronomia também tem seu espaço garantido nos domingos da Paulista. Food trucks, barracas de rua e pequenos comerciantes oferecem desde pratos típicos da culinária brasileira até iguarias internacionais. Comer na Paulista é uma experiência multicultural, que reflete a miscigenação que caracteriza São Paulo. Da tapioca nordestina ao kebab árabe, passando pelos tradicionais pastéis de feira, há opções para todos os gostos e bolsos, que variam de 10$ até onde o consumidor quiser pagar.

Outro aspecto interessante dos domingos na Paulista é a ocupação das instituições culturais que estão na avenida. O MASP, a Casa das Rosas, o Sesc Avenida Paulista e o Itaú Cultural, entre outros, tornam-se ainda mais acessíveis e convidativos. Muitas dessas instituições oferecem programação especial aos domingos e outras durante a semana, com exposições gratuitas, oficinas e apresentações que atraem tanto paulistanos quanto turistas. A abertura da avenida amplia o acesso à cultura e incentiva a população a explorar e valorizar o patrimônio cultural da cidade.

Para as famílias, o espaço aberto é um convite à convivência e ao lazer. Adultos usam a ciclofaixa, crianças brincam livremente, seja nos playgrounds improvisados, seja nas pistas de skate ou simplesmente correndo pela avenida. O clima é de leveza e descontração, em contraste com a correria habitual da semana. Pais aproveitam para apresentar aos filhos a diversidade cultural de São Paulo, em um ambiente seguro e acolhedor. A Paulista se torna, assim, um lugar de encontro entre gerações e culturas.

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Foto: Islânia Lima

No entanto, o sucesso do projeto “Ruas Abertas” não está isento de desafios. A manutenção da limpeza, a segurança e a organização das atividades são pontos que exigem constante atenção por parte das autoridades. Além disso, a democratização do espaço implica em encontrar um equilíbrio entre as diferentes demandas dos usuários, garantindo que todos possam desfrutar da avenida de forma harmoniosa. A gestão desses desafios é crucial para que o projeto continue a ser um sucesso e se mantenha como um exemplo de revitalização urbana.

No resumo, os domingos na Avenida Paulista oferecem uma experiência única de lazer, cultura e cidadania. É um dia em que São Paulo mostra toda a sua efervescência cultural, sua capacidade de acolher e integrar diferentes vozes e expressões. Para quem vive na cidade ou está de passagem, a Paulista aberta aos domingos é um programa imperdível, que celebra o melhor da vida urbana em um dos endereços mais icônicos do Brasil.

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