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Brasil e Mundo

Respiradores: por que são tão importantes para o combate ao Coronavírus?

Entenda porque as montadoras de carros estão se unindo para produzir mais unidades desses equipamentos para entregar aos Estados.


Nessa fase da pandemia do Coronavírus (COVID-19), onde testam-se possíveis formas de tratamento ao mesmo tempo que médicos aplicam medidas paliativas em pacientes que estão em estado grave, os respiradores são equipamentos importantes em qualquer Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e que abrigam pacientes com possiblidade de desenvolver  insuficiência respiratória – um dos tipos de manifestação do vírus que pode levar à morte.

Enfermeiro empurrando respirador em Bruxelas [FOTO: Yves Herman, Reuters]

Mas a necessidade desse aparelho ainda é desconhecida por muitas pessoas, assim como a forma que é utilizado para combater o Coronavírus. Por isso nós decidimos ir atrás de esclarecer todas essas dúvidas quanto ao uso e distribuição dos respiradores em UTIs ao redor do Brasil e do mundo.

No Brasil

O primeiro passo para entender a importância dos aparelhos respiradores é estudar a forma como ele está distribuído no Brasil. Para cada leito de UTI, que é onde esse equipamento deve ficar, tem que existir um respirador por paciente. E segundo estatísticas do Ministério da Saúde, nosso país conta com uma proporção razoável de 1 a 3 leitos de UTI para cada 10 mil habitantes.

Como funciona uma UTI [Foto: Divulgação]

Para você ter ideia, esse número é maior que muitos países da Europa e do Oriente Médio, onde essa proporção variava entre 2 e 4 leitos por 10 mil habitantes apenas na fase mais crítica da pandemia. O problema é a distribuição no Brasil, pois a maior parte desses leitos estão em hospitais da rede particular que estão concentrados em alguns estados das regiões Sul e Sudeste do país.

Quando olhamos para a rede pública, vemos pouco mais de 27 mil leitos em UTIs de todo o país, mas cerca de 15 mil estão ocupados por pacientes dos mais diversos casos. Logo, restam cerca de 13 mil leitos disponíveis para atender diretamente à demanda do SUS.

O cálculo é baseado em dados divulgados pela Ministério da Saúde e números e fornecidos pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib).

Distribuição dos leitos  de UTI no Brasil [Arte: Luciano Nogueira]

 Condições

Cada respirador é individual, podendo ser utilizado por apenas um paciente de cada vez que, na fase crítica da doença (que causa insuficiência respiratória aguda grave), pode ficar cerca de duas semanas usufruindo do aparelho – na Itália, a média é de 20 dias. Esse fator combinado ao tratamento são determinantes para os médicos saberem se o paciente terá chances de vida ou não.

O Dr. Antonio Magela, infectologista e Diretor de Assistência Médica da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-AM), nos explicou como os respiradores atuam no tratamento dessa condição clínica. Veja o vídeo.

Dr. Antonio Magela explica: Aparelhos Respiradores

 Parceria com montadoras

Em todo o mundo, Governos estão fazendo parcerias com as montadoras de veículos para a produção de aparelhos respiradores, ajudando assim a alta demanda dos hospitais. Ford, Jaguar Land Rover, Rolls-Royce, Ferrari e até a Tesla já fazem a diferença em países como Reino Unido, Itália e EUA.

No Brasil, a tendência também já foi copiada e o Ministério da Economia tratou de procurar o gerente de inovação da General Motors (GM) no Brasil, Carlos Sakuramoto, que deve encabeçar uma força tarefa de apoio aos Estados.

Inicialmente, a GM anunciou que vai focar em consertar todos os aparelhos que não estão funcionando em hospitais de todo o país. Quatro fábricas da GM – três em São Paulo, e também a fábrica de motores em Joinville (SC) – serão destinadas a produzir peças de reposição. A empresa também deve se responsabilizar pela logística de buscar nos hospitais, levar até uma fábrica mais próxima, consertar com a mão de obra técnica voluntária treinada pelo SENAI e, depois de funcionando, retornar o equipamento para o hospital de origem.

Funcionário em fábrica da GM em São José dos Campos [Foto: Marcos Issa/ Bloomberg News]

Segundo a GM, até o momento, já foram mapeados mais de 3.000 respiradores que não estão em operação, porém, o número pode ser ainda maior.

Nós estamos acompanhando toda essa movimentação da indústria e também as estratégias do Governo que estão sendo colocadas em prática para o bem da nossa população. Aproveita e conta pra gente, nas redes sociais, o que você achou dessa parceria com as montadoras!

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